Isaías 54:10 “As montanhas podem desaparecer, os montes podem se desfazer, mas o meu amor por você não acabará nunca, e a minha aliança de paz com você nunca será quebrada. É isso o que diz o SENHOR, que tem amor por você.”

Nova Tradução na Linguagem de Hoje

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Não conseguimos mudar pessoas nem circunstâncias

Não conseguimos mudar pessoas nem circunstâncias. Há tantas pessoas que amamos que vemos se envolver em alguma situação que poderia até ser evitada pela prudência, pela racionalidade; mas essas pessoas perseguem suas paixões e idéias até as últimas conseqüências. Por mais que as avisemos não conseguimos nos fazer ouvidos. Aí nos sentimos tão impotentes, tão inúteis. Não conseguimos mudar pessoas. O pior vem depois; o preço a ser pago pelas escolhas feitas por tais pessoas acaba sendo dividido entre aqueles que a amam. Quem está perto do que ateia fogo em si próprio é chamuscado enquanto luta contra as chamas que deseja e não pode apagar. Não conseguimos mudar circunstâncias.
É duro comprovar essa realidade. Mas não temos nenhum poder sobre nada nem ninguém. Podemos até exercer uma boa influencia, contudo não sabemos qual será o resultado. Triste de nossa  condição. Tão cheios de boa vontade, mas tão ineficazes; operosos até, mas tão incertos quanto aos frutos. Pais piedosos criam magnificamente filhos que se servirão da crueldade como se nunca tivessem visto um bom exemplo.
Vou dar trela ao meu pessimismo. Quem pode garantir que a mudança de alguém realmente foi provocada? Você foi tão bonzinho que tornou alguém “menos mal”. Não dá. Nossa bondade, por mais necessária que seja, não fermenta, não tem nenhum poder, não é mágica; não transforma por si só. Caso fosse assim, algumas centenas de benignos, misturados aos malignos, já teriam mudado o mundo. Vou morrer tentando mudar pessoas, e circunstâncias por elas provocadas, e ao final da minha vida perceberei que gastei tanta energia num projeto fadado à falência.
Tenho, contudo, uma questão. Por que muitas pessoas mudam? E mais: por que algumas circunstâncias mudam? Para maior formigamento no meu cérebro, para complicar minhas considerações existenciais, pessoas mudam todos os dias, e circunstâncias a cada hora. Homens cruéis, eis que de repente são tomados pelo espírito de bondade, como a lagarta feia e devoradora da plantinha, que sem se perceber vira borboleta, e vai polinizar para gerar outras plantas.
Alguém muda as pessoas e as circunstâncias. Eu me vejo impotente, mas enxergo algo onipotente. Estou desiludido do poder humano e aludido de um mistério. Vejo-me desesperado de qualquer perspectiva  do poder do meu amor, enquanto encho-me de esperança num amor que abriu mão do poder. Quanto mais me sinto impotente, mais dependente. Sou, sim, dependente desse amor para mudar outros, pois se ele não os atrair, que faria eu? Que bom que ele anula minha prepotência. Jamais eu conseguiria mudar alguém eternamente, mas, o que desejo, intercedo, para que deseje por mim.
Não consegui mudar nada nem em mim mesmo, seria uma pretensão pueril mudar quem eu amo. Rendo-me ao meu Deus; não sei qual é seu segredo, mas sei que transforma. Ele é criador de pessoas, sabe dos ajustes do projeto; Ele é criador do tempo e do espaço sabe combina-los para provocar outras circunstâncias. Acho que meu grande problema está na pressa. Isso Ele não tem. Vou me acostumar com seu tempo, orando fervorosamente; mas, vagarosamente. 

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Carros de Ferro



UMA HISTÓRIA

Pela sua rebeldia contra o Senhor, Israel estava sob opressão de Jabim, rei de Hazor, território de Canaã. Sísera era o comandante do exército de Jabim e tinha a sua disposição novecentos carros de ferro, o que dava aos cananeus grande mobilidade e superioridade bélica. Isto facilitava a dominação.
Débora, salvadora do povo, é a única mulher no grupo dos juízes. Era uma mulher casada, embora não se fale do seu marido (casada com Lapidote. Jz. 4:4); também era profetisa. Parece que neste período os homens tiveram um papel apagado, já que nem mesmo Baraque, comandante do exército de Israel, recebe méritos pela vitória. Ele se nega a subir à batalha se Débora não for com os dez mil homens. Aliás, dez mil homens na frente do exército de Sísera era um número bem insignificante. Além do mais, os cananeus tinham os temidos carros de ferro.
Jael, mulher de Heber, queneu, era uma mulher nômade, acostumada a montar e desmontar sua tenda, já que isto era tarefa das mulheres, portanto, tinha um bom manejo ao bater uma marreta numa estaca (Jz. 5:26).
Nos dias de batalha choveu muito. Baal, deus dos cananeus, era conhecido como o deus das tempestades. Mas o Deus de Israel também tem este título (Sl. 18:9-15). Providencialmente a tempestade favoreceu a Israel, já que os carros de ferro não andavam bem na lama. Além do mais. O ribeiro de Quisom encheu, reduzindo o espaço para as manobras dos carros. A enchente os arrastou (Jz. 5:2-12). Como não havia como fugir nos carros, muitos desertavam a pé, como foi o caso de Sísera.
Quando empreende fuga, Sísera encontra a tenda de Jael; contente por encontrar abrigo, após uma refeição, exausto, adormece. Sísera não sabia, mas a mulher que o abrigara pertencia a uma tribo que mantinha laços fortes com os israelitas, e, portanto, estava na tenda de um inimigo. A eficiência com que Jael crava a estaca na têmpora do homem vem de longos anos de experiência. Ela não precisou fazer muito esforço.

A AÇÃO DE DEUS

Podemos afirmar, como Débora, que Deus lutou por Israel (Jz.5:13). Comecemos falando do pequeno número de soldados israelitas. Fora a inferioridade numérica, havia a inferioridade bélica; os cananeus tinham os carros de ferro que tanto medo causavam  a Israel. Israel não tinha como vencer a batalha confiando apenas nos seus combatentes.
A tempestade não foi, então, uma coincidência, mas uma providência. Não era tempo de chuvas, por isso Sísera mobiliza as carruagens para a área ao longo do ribeiro de Quisom, onde sobrava espaço para alinhá-las. Deus mandou a chuva. As rodas dos equipamentos atolavam na lama das planícies. Isto impossibilitava aos cananeus de tirar vantagem de seu maior trunfo. Na lama, carro de ferro é problema, não solução. A lentidão dos veículos era tal que se dava preferência a fugir a pé.
O ribeiro de Quisom enche com o temporal e muitos cananeus a bordo dos carros tem  sua sepultura debaixo das águas, à semelhança do exército de Faraó. De fato, o Senhor faz seu caminho na tempestade.
O líder do exército de Jabim encontra a morte pelas mãos de uma mulher e não de um guerreiro. Jael não armou coincidentemente sua tenda naquele caminho (Jz.5:24-26).
Débora reconhece a intervenção de Deus. Por isso convoca a que se louve ao Senhor.

DASAFIO PARA HOJE

À semelhança  do povo de Israel, às vezes tememos os “carros de ferro” do inimigo. Carro de ferro, neste sentido, pode representar algo aparentemente invencível, que nos desestimule até mesmo a tentar lutar. Baraque atendeu ao desafio de Débora com certa reserva. Talvez pensado nos carros de ferro. Porém Deus é quem peleja pelos que tem fé. Logo os milhares de ferro que possam nos cercar não serão suficientes para impressionar o nosso Deus. O Senhor tem sempre um meio de enlamear o plano do inimigo. Devemos confiar no Deus que trava as rodas dos carros de ferro.
Outra lição que podemos tirar da história citada é a importância dos instrumento anônimos de deus. Pessoas que talvez passem despercebidas do olhar de quem cultua grandes nomes. Jael era apenas uma mulher no meio de tantas outras, de tantas tribos nômades de sua época. Foi considerada “bendita sobre todas as mulheres” por Débora. Deus entregou o inimigo de seu povo nas mãos de alguém que não era uma heroína. Confiemos em Deus que nos dá livramentos e respeitemos as pessoas, Ele poderá usar qualquer uma delas pra nos ajudar.