Isaías 54:10 “As montanhas podem desaparecer, os montes podem se desfazer, mas o meu amor por você não acabará nunca, e a minha aliança de paz com você nunca será quebrada. É isso o que diz o SENHOR, que tem amor por você.”

Nova Tradução na Linguagem de Hoje

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Com a cabeça no Alto


Se, pois, fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; porque morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” (Colossenses 3:1-3)
A Vida Cristã não deveria ser tão difícil para nós. E por que é então? Simples: herdamos uma natureza caída, para estarmos de pé temos de vigiar; estamos em um mundo sob controle maligno, logo não podemos esperar facilidades. Todavia as dificuldades não justificam a capitulação.
O homem natural está tão ligado à imensa roda giratória desta vida que não imagina outro tipo de existir. Seu pensamento está tão absorvido pelas coisas terrenas, porquanto pensa que somente a morte lhe desgrudará delas. De fato, é preciso morrer para desligar-se delas. Será por isso que Paulo nos diz que “morremos”? Bem, considere-se morto, ou melhor, esconda sua vida em Cristo. Será menos difícil vencer.
Pode haver uma má interpretação sobre o que significa pensar nas “coisas do alto”. Alguém pode julgar que deve passar todo o tempo dentro de uma igreja; que não deve mais trabalhar, nem possuir coisas; que a cabeça deve estar em todo momento pensando em como será a rotina celestial. Não é isso o que a Bíblia fala.
Os versículos que continuam o texto de colossenses acima são esclarecedores. Falam exatamente de manter a mente elevada no meio das ações terrenas. Mandam exterminar as inclinações carnais: prostituição, impureza, paixão, vil concupiscência, avareza, que é idolatria. Mandam ainda despojar-se: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes, da mentira. Por ultimo ordenam a revestir-se: de coração compassivo, de benignidade, de humildade, de mansidão, de longanimidade, de tolerância, do perdão, do amor, da paz, da gratidão, da palavra de Cristo, do louvor.
Ter a cabeça no alto é viver do modo digno de Deus. É agir no tempo e no espaço disponibilizado por Ele, no interesse d’Ele. Aqueles pecados citados no parágrafo anterior devem ser abandonados. É indigno de Deus aquele que se queixa ser seu servo e lança mão destes recursos sem constrangimento algum. Depois de abandonado o pecado, nossos atos, por mais corretos que sejam, devem ser praticados no interesse do Reino.
Vamos citar algumas coisas corretas que os humanos praticam: estudam, trabalham, produzem, lucram, investem; relacionam-se, casam-se, engravidam, adotam; pesquisam, descobrem; comem, bebem, dormem; lutam, reivindicam, votam, governam, transformam; oram, cantam, ofertam, pregam, reúnem-se; etc.
A lista é enorme. Aí Paulo acrescenta um ingrediente para aqueles que se consideram cidadãos do Reino: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus.” (I Corintios 10:31). Note que embora façamos as mesmas coisas, não vivemos como os demais. Nossos atos carregam uma motivação “ideológica” divina. Tudo o que fazemos deve se encaixar no mandamento supremo, do amor a Deus e ao próximo. Sim, aos dois! Vai haver momentos em que o próximo vai tirar você do sério, aí você vai suportá-lo por amor. Perceba que, embora na terra, nossas atitudes são regidas por uma lei celeste; e embora esta lei seja celeste ela só faz sentido na existência terrena. Estamos aqui pra fazer “diferença”. No céu esta “diferença” é inútil – todos serão iguais.
A igreja (seus membros – não todos) enfrenta hoje as mesmas crises, senão pior, das pessoas sem Deus. Creio que tenho uma explicação. Vou usar de uma comparação. Creio que ela tem peso.
Quando o povo de Israel recebeu a terra de Canaã, depois de séculos de escravidão e peregrinação; O Senhor lhe afirmou que estavam entrando em uma terra cujos antigos possuidores praticavam toda sorte de perversões, contra Deus e seus semelhantes. Israel, além de instrumento nas mãos de Deus para fazer justiça contra tais maldades, seria também um referencial para as demais nações sobre o procedimento correto. Deus lhes passa uma lista dos pecados destes povos e lhes assevera que se incorrerem nos mesmo erros, receberiam tratamento semelhante; seriam expulsos da terra. O livro de Deuteronômio é Moisés repetindo a Lei de Deus para que o povo faça a opção: Obediência = benção e desobediência = maldição. Israel repetiu os mesmos erros daquela gente. O livro de Juízes relata a saga da desobediência = maldição. A igreja repete o mesmo erro de Israel.
Sabe por que muitos irmãos estão em crise? Porque tem tirado a sua visão das coisas de cima e enterrado sua cara com avidez no chão! Vejamos: preferem seu próprio braço a confiar em Deus; esquecem o órfão e a viúva e aumentam seus tesouros; largam de procurar os perdidos e buscam suas próprias bênçãos. Enfim, comem, bebem, casam-se, trabalham, etc. Coisas que não são erradas, mas quando revelam indiferença ao Reino, tornam-nos concorrentes dos mundanos nos mesmos propósitos deles. Infelizmente muitos irmãos foram puxados para a grande roda giratória desta vida. Precisam “morrer”; esconder de fato sua vida em Cristo.
Será que em vez de nossa cabeça está no alto, não estará bem enterrada no chão?

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