Isaías 54:10 “As montanhas podem desaparecer, os montes podem se desfazer, mas o meu amor por você não acabará nunca, e a minha aliança de paz com você nunca será quebrada. É isso o que diz o SENHOR, que tem amor por você.”

Nova Tradução na Linguagem de Hoje

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Quero que meus amigos sejam eternos

Quero que meus amigos sejam eternos... Eternos da mesma forma em que eu serei eterno.
Sabe, amigo, amiga, vocês podem ficar certos de que vos desejo o melhor, melhor não, o mais excelente bem.
Talvez em algum momento eu lhes aborreça com conselhos; quem sabe me vejam irritado ou apreensivo com algumas atitudes suas e passe pelas suas cabeças que estou me metendo demais nas suas vidas. Mas com isto quero vos ajudar a evitar aborrecimentos bem maiores. Quero que vocês percebam que não busco pra meus amigos apenas benefícios momentâneos nem prazeres transitórios, quero eternizar nossa amizade num alicerce sólido. Quero sempre rir com vocês, mas nunca o riso leviano; chorar talvez... e o choro sempre vem. Mas que choremos pelas circunstancias incontroláveis e nunca por atos inconseqüentes.
Vou colocar Cristo em nossa afeição. Tenho certeza que vem dele o traçado de nosso caminho; logo nossa amizade jamais foi acidental. Tudo que parte de Cristo tem potencial para passar pelo teste do tempo, logo, nossos afetos não estarão limitados à mesquinha existência de 70 ou 80 anos. Creio que tais afetos não são meras atividades deste mundo sensível que afetam apenas nossos corpos; mas minha alma aprende e guarda todas as informações do quanto ri e chorei, o quanto aprendi e cresci com vocês, o quanto me doei e recebi, e do quando vocês foram responsáveis pelo formato que tenho. Nada disso se perderá quando eu expirar, e terá uma finalidade.
Tem algo muito sério nisso, e eu não posso me calar a respeito. Se eu for um amigo descuidado você me cobrará depois. Em alguns momentos não me sentarei na mesma roda que vocês, não freqüentarei os mesmos lugares, não rirei das mesmas coisas, nem provarei dos mesmos prazeres, não concordarei com alguns de seus conceitos e nem aprovarei algumas condutas. Isto, longe de ser um meio me afastar de você, será uma forma de afastá-lo destas coisas. Por que? Vocês e eu somos criações de Deus e alguns estilos de vida são destrutivos para suas criaturas; se eu não te avisar, ou pior, fizer as mesmas coisas, sabendo dos riscos e danos envolvidos, você me consideraria, de fato, um bom amigo?
Amigos e amigas, quero consagrar nossa amizade diante de Deus. Não creio que nascemos apenas para este universo. Deus nos criou e pôs a eternidade em nossos corações. Portanto não quero curtir nossa amizade com senso de urgência ou uma pitada de irresponsabilidade. Quero que cada momento seja usufruído de forma que tenhamos o que comemorar muito mais além. Até mesmo nossa descontração ou distração devem ser úteis. Podemos falhar em algum momento neste propósito, mas isto deve ser uma exceção e jamais se tornar a regra.
Não entendam isto pejorativamente como “papo de crente”. É fato que há uma verdade universal: Deus existe, é criador de tudo e todos, tem uma lei e propósito para suas criaturas; estes propósitos envolvem presente e futuro, atualidade e eternidade; a amizade está entre seus propósitos. Percebe? Somos amigos, não por um bambo do universo. Deus está por trás. Então, quero que você seja eterno como eu serei eterno... e que nossa amizade perdure por toda a eternidade!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Sou o que penso

A perversidade não é concretizada apenas em atos visíveis. Ela é bem mais real na “Sala de Projetos” da alma. São os pensamentos que geram sentimentos; pensamentos e sentimentos dizem mais sobre mim do que minhas próprias atitudes. O fato de “ninguém” saber ou perceber as arquitetações do meu espírito me torna mais perigoso, pois posso acariciar meu inimigo enquanto me preparo para inocular meu veneno.

A Bíblia é pródiga em referências sobre pensamentos, imaginações, maquinações do coração, Ela por exemplo diz que “eu sou aquilo que me imagino em minha alma” – Provérbios 23:7a. Paulo chega a exortar que se policie o pensamento, melhor, se deve selecionar o que pensar: "...tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai." – Filipenses 4:8.

Vale lembrar que Deus não trata comigo apenas no universo perceptível, o Salmo 139 diz que Ele “conhece de longe os meus pensamentos”, e um dia irá julgar os segredos do coração – Romanos 2:16 diz, “No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho”.

Em Mateus 5:21-28, Jesus iguala os pecados executados e os pensados. Na realidade o Mestre está deixando claro que as execuções são já resultantes das maquinações do coração perverso. E é lá, na origem, que ele (o pecado, seja qual for) afeta ao primeiro ser moral, Deus. Quando ele sai da escuridão da minha mente e o torno visível, afetando meu semelhante, ele apenas vai se tornar perceptível e feio a quem ainda não o havia percebido. Desta forma afeto a Deus duas vezes, quando o maquinei e quando o realizei.

Quando fico acariciando minhas conspirações no conforto da minha mente, sou semelhante aos homens-bomba. Sou um perigo a qualquer instante e quase ninguém sabe. Deus sabe!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Aparências Extremas

O titulo não é original, vem da Série Taboo, da National Geographic.
A ansiedade das pessoas por lutar pela aparência estética me deixou horrorizado!

Devo deixar claro que não tenho nada contra intervenções na beleza natural. Não considero pecado emoldurar a pintura do Criador. Mas, a partir do momento em que estas intervenções são frutos de uma insatisfação consigo mesmo, ou que sobrepujam a busca pelo melhor estado interior, há algo tremendamente errado.

O fato causa mais arrepios quando em nome da beleza, e não por causa de patologias ou disfunções, algumas pessoas se submetem a cirurgias radicais dolorosas, pouco saudáveis e até fatais. Sabe-se de mulheres que retiram costelas para afilar a cintura; outras colocam litros de prótese de silicone para conseguirem um busto chamativo, mesmo com o risco de infecções seriíssimas que levariam a perda do seio; na Rússia (referencia em cirurgias de correções de estruturas ósseas em deficientes) meninas se submetem à fratura nas duas pernas e passam meses sentindo dores enquanto ferros introduzidos nas pernas “espixam” tecidos e ossos, que ao cicatrizarem lhes deixarão 4 centimetros mais altas! Tudo porque pernas longas são “mais atraentes”. Na Tailândia existe o “Turismo da beleza”. Pessoas vão a este país fazer cirurgias que não seriam executadas em outros paises por motivos fúteis, nem por tão baixo custo. É impressionante saber de pessoas que recebem incisões na testa, no queixo, na face, para deixar ossos à mostra, para que sejam “esmerilhados” e mudados nos seus formatos!

Algumas destas pessoas apelam para tais tratamentos por conta de uma crise de auto-aceitação, que pode ter se originado na infância, ou em outra fase da vida. Pode ser resultado também das imposições sociais, dos conceitos de estética (sabe-se que no universo das modelos a anorexia é muito comum). Tais pessoas recorrem, então, à transformação exterior como meio de melhorar sua auto-estima. Qualquer psicólogo lhes receitaria um tratamento para transformação da essência!

Ouvi uma frase de uma jovem que me deixou horrorizado. Ela se submetia a bronzeamento natural e artificial durante horas. Quando a dermatologista lhe advertiu que poderia desenvolver um melanoma e morrer, ela disse: “Tudo bem, contanto que eu esteja linda no caixão”.

Veja este relato Extraído do livro DEUS E SEXO, de Rob Bell, Editora Vida, 2010:

Em 1945, um grupo de soldados britânicos libertou do poderio germânico um campo de concentração chamado Bergen-Belsen. Um deles, o tenente-coronel Mercin Willet Gonin, condecorado pelo exército inglês com a Ordem do Serviço Distinto, relatou em seu diário o que foi encontrado ali.

“Sou incapaz de uma descrição apropriada do circo de horrores em que meus homens e eu haveríamos de passar o mês seguinte da nosa vida. O lugar é um deserto inóspito, desprotegido como um galinheiro. Há cadáveres espalhados por todo lado, alguns em pilhas enormes, às vezes isolados ou pares no mesmo local em que caíram. Levei algum tempo para me acostumar a ver homens, mulheres e crianças tombarem ao passar por eles. Sabia-se que 500 deles morreriam por dia e que outros 500 ao dia continuariam morrendo durante semanas antes que alguma coisa que estivesse ao nosso alcance fazer causasse algum impacto. De qualquer forma, não era fácil ver uma criança morrer sufocada pela difteria quando se sabia que uma traqueostomia e alguns cuidados a teriam salvado. Viam-se mulheres se afogarem no próprio vômito porque estavam fracas demais para se virar de lado, homens comendo vermes agarrados a meio pedaço de pão pelo simples fato de que precisavam comer vermes se quisessem sobreviver e, depois de algum tempo, eram incapazes de distinguir uma coisa da outra. Pilhas de cadáveres, nus e obscenos, com uma mulher fraca demais para ficar de pé se escorando neles enquanto preparava sobre uma fogueira improvisada a comida que havíamos dado a ela; homens e mulheres agachados por toda parte a céu aberto, aliviando-se. Em uma fossa de esgoto boiavam os restos de uma criança.

Pouco depois que a Cruz Vermelha britânica chegou, embora talvez sem ter nenhuma relação esse fato, chegou também uma grande quantidade de batom. Não era em absoluto o que queríamos. Clamávamos por centenas e milhares de outras coisas. Não sei quem pediu batom. Gostaria muito de descobrir quem fez isso; foi um golpe de gênio, de habilidade pura e natural. Creio que nada contribuiu mais para aqueles prisioneiros de guerra que o batom. A mulheres se deitaram na cama sem lençol e sem camisola, mas com os lábios escarlates. Podia-se vê-las perambulando por todo lado sem nada, a não ser um cobertor em cima dos ombros, mas com os lábios bem vermelhos. Vi uma mulher morta em cima da mesa de autópsia cujos dedos ainda agarravam um pedaço de batom. Enfim alguém fizera algo para torná-las humanas de novo. Eram gente, não mais um simples número tatuado no braço. Enfim, podiam se interessar pela própria aparência. O batom começou a lhes devolver a humanidade.”

Não é difícil de entender porque o ser humano chegou a um ponto tão crítico de futilidade. Nossa sociedade valoriza mais os atributos físicos em detrimento das qualidades escondidas na alma da pessoa. Isto se deve a um longo processo de perda de visão espiritual. Poucos são os que escaneiam além da aparência. Criamos conceitos de valores baseados apenas no que se pode tocar e medir. Nossos filhos já nascem sob esta ditadura... Eles sofrerão bullying nas escolas se forem gordinhos, baixinhos, tiverem orelhas grandes, etc. Você pode ser rejeitado em alguns círculos sociais por não se encaixar nos conceitos de estética perfeita... As campanhas publicitárias, a mídia de forma geral, cultuam e incentivam certos formatos corporais (pernas longas e torneadas, cintura fina, abdômen bem definido, bumbum empinado,  nariz afilado, corpo “sarado”, etc.). Pessoas com composição física diferente podem se sentir à margem.

Por outro lado há algo de muito errado no ser humano que não se aceita, que se submete à normas sociais fúteis. Não se pode justificar a quem se compara a outros. Somos culpados também por não mergulharmos abaixo da superfície e não descobrirmos o universo maravilhoso de atributos que temos em nossa alma. O ser humano se anula por não visualizar sua inteligência, dons, talentos, competências, e tantas outras forças escondidas na nossa dimensão interior.

Não se curve ante a ditadura da beleza exterior. Não é normal reduzir-se para encaixar-se em moldes que outros criaram. Nossa principal “boniteza” está no fato de sermos humanos, criados à imagem e semelhança de Deus... Deus é espírito. Ele deleita-se em nossa imagem espiritual. Deu-nos um corpo, sim, mas não com a finalidade de que este sobrepujasse o resto de nossa estrutura.

Referências:
Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração. I Sm 16:7

E enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos que és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos homens. Mt 22:16

E, chegando eles, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és homem de verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas à aparência dos homens, antes com verdade ensinas o caminho de Deus... Mc 12:14

E, estando ele orando, transfigurou-se a aparência do seu rosto, e a sua roupa ficou branca e mui resplandecente. Lc 9:29

E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Lc 17:20

E perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, nós sabemos que falas e ensinas bem e retamente, e que não consideras a aparência da pessoa, mas ensinas com verdade o caminho de Deus. Lc 20:21

Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça. Jo 7:24

E os que usam deste mundo, como se dele não abusassem, porque a aparência deste mundo passa. I Co 7:31

Porque não nos recomendamos outra vez a vós; mas damo-vos ocasião de vos gloriardes de nós, para que tenhais que responder aos que se gloriam na aparência e não no coração. II Co 5:12 .

Olhais para as coisas segundo a aparência? Se alguém confia de si mesmo que é de Cristo, pense outra vez isto consigo, que, assim como ele é de Cristo, também nós de Cristo somos. II Co 10:7

E, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham sido noutro tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram; Gl 2:6

As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne. Cl 2:23
  
Abstende-vos de toda a aparência do mal. I Ts 5:22

Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. II Tm 3:5

Porque sai o sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, e a formosa aparência do seu aspecto perece; assim se murchará também o rico em seus caminhos. Tg 1:11

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Mantenha sua casa em ordem

Já em outra postagem falamos de casas vazias (1), nesta quero falar dos resultados de uma casa habitada. Veremos a diferença entre uma vida em busca de razões para seguir a sua existência e outra carregada de propósitos.

Amados, o Espírito que habita em nós nos tem selado santificado e capacitado para toda boa obra.
Contudo, é comum ao ser humano acomodar-se conforme os dias se vão passando. Embora saibamos que o Espírito Santo foi o grande responsável por grande parte das mudanças em nós, não devemos nos esquecer que há a nossa parte a ser feita dia após dia.
Talvez você seja tentado a pensar que nada mais lhe resta a fazer. Não. Há mais talentos a conquistar, há frutos do Espírito a buscar há uma carreira a correr, um combate a combater, uma fé a se guardar.
Isto equivale a cuidar de nossa casa. Mantê-la bem limpa e habitável. Há uma colaboração mútua entre nós e Deus. O Senhor faz a maior parte do trabalho, mas não nos isenta de fazer o nosso. O ato de consagrar-se é uma atitude pessoal, voluntária, deve partir de nós.

A oração, a meditação ativa, a leitura bíblica, o testemunho, a confissão instantânea, são atitudes que, se forem deixadas de lado, equivalem a não zelar pela casa de Deus. Vícios, ociosidade, leviandade no falar, maus pensamentos, são marcas nas paredes do templo. O mau testemunho é como a fachada que caiu o reboco; a infidelidade é como o piso irregular, não é confiável.
Há que se ter cuidado! O nosso inimigo está doido pra lançar pedras no nosso telhado, pixar nossa honra, pisotear o nosso jardim.  
Embora nosso coração seja do Senhor, devemos a cada dia reafirmar isso, através de nossos atos.

Cristo está em nós com o propósito de nos aperfeiçoar, portanto devemos abrir espaço pra que Ele nos reforme diariamente. João nos fala que Deus “permanece” em nós. Sabe, isto é tão bom de saber. Isto equivale a ter um hóspede desejável em nossa casa. Acredito que a melhor decisão que podemos tomar é abrir, escancarar, principalmente os porões escuros de nossa alma. Já que Deus mora conosco, deixemo-lo sondar, escrutinar cada detalhe, participar das decisões de reforma e até de demolição do que não está bom no ser. Não tenha medo. Deus pode começar já a derrubar alguns “cômodos” do teu coração, em alguns momentos a estrutura pode tremer; contudo, saiba que o alicerce está firme. Seu alicerce é Cristo. Com Ele não há risco da sua casa ser condenada.
                                                                                
Referências:
I Coríntios 3:16. Não sabeis vós que são santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?
I Coríntios 6:19. Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, Que habita em vós, os quais possuem da parte de Deus, e que não são de vós mesmos?
I Pedro 2:5. Vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para ser sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo.
João 17:23. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, a fim de que o mundo conheça que tu me enviaste, e que os amaste a eles, assim como me amaste a mim.
Efésios 3:17-19. Que Cristo habite pela fé nos vossos corações, a fim de que, estando arraigados e fundados em amor, possais compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios até a inteira plenitude de Deus.
I João 3:24. Quem guarda seus mandamentos, em Deus permanece e Deus nele. E nisto conhecemos que Ele permanece em nós: pelo Espírito que nos tem dado.
Romanos 6:4... Assim andemos nós também em novidade de vida.




sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Não conseguimos mudar pessoas nem circunstâncias

Não conseguimos mudar pessoas nem circunstâncias. Há tantas pessoas que amamos que vemos se envolver em alguma situação que poderia até ser evitada pela prudência, pela racionalidade; mas essas pessoas perseguem suas paixões e idéias até as últimas conseqüências. Por mais que as avisemos não conseguimos nos fazer ouvidos. Aí nos sentimos tão impotentes, tão inúteis. Não conseguimos mudar pessoas. O pior vem depois; o preço a ser pago pelas escolhas feitas por tais pessoas acaba sendo dividido entre aqueles que a amam. Quem está perto do que ateia fogo em si próprio é chamuscado enquanto luta contra as chamas que deseja e não pode apagar. Não conseguimos mudar circunstâncias.
É duro comprovar essa realidade. Mas não temos nenhum poder sobre nada nem ninguém. Podemos até exercer uma boa influencia, contudo não sabemos qual será o resultado. Triste de nossa  condição. Tão cheios de boa vontade, mas tão ineficazes; operosos até, mas tão incertos quanto aos frutos. Pais piedosos criam magnificamente filhos que se servirão da crueldade como se nunca tivessem visto um bom exemplo.
Vou dar trela ao meu pessimismo. Quem pode garantir que a mudança de alguém realmente foi provocada? Você foi tão bonzinho que tornou alguém “menos mal”. Não dá. Nossa bondade, por mais necessária que seja, não fermenta, não tem nenhum poder, não é mágica; não transforma por si só. Caso fosse assim, algumas centenas de benignos, misturados aos malignos, já teriam mudado o mundo. Vou morrer tentando mudar pessoas, e circunstâncias por elas provocadas, e ao final da minha vida perceberei que gastei tanta energia num projeto fadado à falência.
Tenho, contudo, uma questão. Por que muitas pessoas mudam? E mais: por que algumas circunstâncias mudam? Para maior formigamento no meu cérebro, para complicar minhas considerações existenciais, pessoas mudam todos os dias, e circunstâncias a cada hora. Homens cruéis, eis que de repente são tomados pelo espírito de bondade, como a lagarta feia e devoradora da plantinha, que sem se perceber vira borboleta, e vai polinizar para gerar outras plantas.
Alguém muda as pessoas e as circunstâncias. Eu me vejo impotente, mas enxergo algo onipotente. Estou desiludido do poder humano e aludido de um mistério. Vejo-me desesperado de qualquer perspectiva  do poder do meu amor, enquanto encho-me de esperança num amor que abriu mão do poder. Quanto mais me sinto impotente, mais dependente. Sou, sim, dependente desse amor para mudar outros, pois se ele não os atrair, que faria eu? Que bom que ele anula minha prepotência. Jamais eu conseguiria mudar alguém eternamente, mas, o que desejo, intercedo, para que deseje por mim.
Não consegui mudar nada nem em mim mesmo, seria uma pretensão pueril mudar quem eu amo. Rendo-me ao meu Deus; não sei qual é seu segredo, mas sei que transforma. Ele é criador de pessoas, sabe dos ajustes do projeto; Ele é criador do tempo e do espaço sabe combina-los para provocar outras circunstâncias. Acho que meu grande problema está na pressa. Isso Ele não tem. Vou me acostumar com seu tempo, orando fervorosamente; mas, vagarosamente. 

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Carros de Ferro



UMA HISTÓRIA

Pela sua rebeldia contra o Senhor, Israel estava sob opressão de Jabim, rei de Hazor, território de Canaã. Sísera era o comandante do exército de Jabim e tinha a sua disposição novecentos carros de ferro, o que dava aos cananeus grande mobilidade e superioridade bélica. Isto facilitava a dominação.
Débora, salvadora do povo, é a única mulher no grupo dos juízes. Era uma mulher casada, embora não se fale do seu marido (casada com Lapidote. Jz. 4:4); também era profetisa. Parece que neste período os homens tiveram um papel apagado, já que nem mesmo Baraque, comandante do exército de Israel, recebe méritos pela vitória. Ele se nega a subir à batalha se Débora não for com os dez mil homens. Aliás, dez mil homens na frente do exército de Sísera era um número bem insignificante. Além do mais, os cananeus tinham os temidos carros de ferro.
Jael, mulher de Heber, queneu, era uma mulher nômade, acostumada a montar e desmontar sua tenda, já que isto era tarefa das mulheres, portanto, tinha um bom manejo ao bater uma marreta numa estaca (Jz. 5:26).
Nos dias de batalha choveu muito. Baal, deus dos cananeus, era conhecido como o deus das tempestades. Mas o Deus de Israel também tem este título (Sl. 18:9-15). Providencialmente a tempestade favoreceu a Israel, já que os carros de ferro não andavam bem na lama. Além do mais. O ribeiro de Quisom encheu, reduzindo o espaço para as manobras dos carros. A enchente os arrastou (Jz. 5:2-12). Como não havia como fugir nos carros, muitos desertavam a pé, como foi o caso de Sísera.
Quando empreende fuga, Sísera encontra a tenda de Jael; contente por encontrar abrigo, após uma refeição, exausto, adormece. Sísera não sabia, mas a mulher que o abrigara pertencia a uma tribo que mantinha laços fortes com os israelitas, e, portanto, estava na tenda de um inimigo. A eficiência com que Jael crava a estaca na têmpora do homem vem de longos anos de experiência. Ela não precisou fazer muito esforço.

A AÇÃO DE DEUS

Podemos afirmar, como Débora, que Deus lutou por Israel (Jz.5:13). Comecemos falando do pequeno número de soldados israelitas. Fora a inferioridade numérica, havia a inferioridade bélica; os cananeus tinham os carros de ferro que tanto medo causavam  a Israel. Israel não tinha como vencer a batalha confiando apenas nos seus combatentes.
A tempestade não foi, então, uma coincidência, mas uma providência. Não era tempo de chuvas, por isso Sísera mobiliza as carruagens para a área ao longo do ribeiro de Quisom, onde sobrava espaço para alinhá-las. Deus mandou a chuva. As rodas dos equipamentos atolavam na lama das planícies. Isto impossibilitava aos cananeus de tirar vantagem de seu maior trunfo. Na lama, carro de ferro é problema, não solução. A lentidão dos veículos era tal que se dava preferência a fugir a pé.
O ribeiro de Quisom enche com o temporal e muitos cananeus a bordo dos carros tem  sua sepultura debaixo das águas, à semelhança do exército de Faraó. De fato, o Senhor faz seu caminho na tempestade.
O líder do exército de Jabim encontra a morte pelas mãos de uma mulher e não de um guerreiro. Jael não armou coincidentemente sua tenda naquele caminho (Jz.5:24-26).
Débora reconhece a intervenção de Deus. Por isso convoca a que se louve ao Senhor.

DASAFIO PARA HOJE

À semelhança  do povo de Israel, às vezes tememos os “carros de ferro” do inimigo. Carro de ferro, neste sentido, pode representar algo aparentemente invencível, que nos desestimule até mesmo a tentar lutar. Baraque atendeu ao desafio de Débora com certa reserva. Talvez pensado nos carros de ferro. Porém Deus é quem peleja pelos que tem fé. Logo os milhares de ferro que possam nos cercar não serão suficientes para impressionar o nosso Deus. O Senhor tem sempre um meio de enlamear o plano do inimigo. Devemos confiar no Deus que trava as rodas dos carros de ferro.
Outra lição que podemos tirar da história citada é a importância dos instrumento anônimos de deus. Pessoas que talvez passem despercebidas do olhar de quem cultua grandes nomes. Jael era apenas uma mulher no meio de tantas outras, de tantas tribos nômades de sua época. Foi considerada “bendita sobre todas as mulheres” por Débora. Deus entregou o inimigo de seu povo nas mãos de alguém que não era uma heroína. Confiemos em Deus que nos dá livramentos e respeitemos as pessoas, Ele poderá usar qualquer uma delas pra nos ajudar.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Aprenda a descansar


“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. Mateus 11:28-30
Há uma verdade inquestionável: As pessoas estão cansadas. Mesmo aquelas que ainda demonstram algum vigor (são “duronas”), em alguns momentos se perceberão cansadas. Há diversos fatores que provocam este cansaço:
Acúmulo de aflições e necessidades cotidianas. Aqui entram os dramas familiares (traições, divórcios, conflitos, perdas, vícios); os problemas financeiros (dívidas, desemprego); as complicações psicológicas (medo, depressão); os acometimentos físicos e biológicos (enfermidades, acidentes, tragédias).
Jugo imposto pelas regras humanas. Todo conjunto de regras, seja o regulamento da empresa onde se trabalha, da escola onde se estuda, sejam normas familiares, seja a cultura de um grupo social, os dogmas da religião; enfim, os limites fixados podem exercer pressão em algum momento.
Sobrecarga dos pecados e culpas. Aqui se entra na seara espiritual do ser humano. Trata-se de questões intimas da alma e interferem na paz interior, na certeza do futuro, na relação com Deus e com o próximo. É o fator mais complexo e o ser humano nem sempre se dá conta.
Cada ser humano tem seu limite de peso e responde de forma exclusiva ao excesso; somos como um guindaste; levantamos o peso apropriado a nossa estrutura psicológica, quando a vida nos lança peso extra reagimos. Contudo há respostas inadequadas ao sobrepeso. Alguns preferem ignorar, outros “lançam tudo pra cima”, outros, por fim, dão um fim a si mesmo.
Em cada uma destas esferas, Jesus deseja “intrometer-se” e oferecer a troca do jugo... Mas o poço mais profundo, de onde ninguém sai sozinho é o do pecado e da culpa. De certa forma, todo mal que acomete os humanos tem origem direta ou indireta no pecado.
Não estou afirmando que tudo que uma pessoa sofre é por conta de algum pecado que tenha cometido (diretamente), mas que é resultado da condição de pecadores (indiretamente). Mas, arrisco dizer que o pecado e a culpa constituem o fardo mais pesado. Jesus se oferece, principalmente, para nos aliviar deste peso.
Em relação aos outros fatores (físicos, sociais) Jesus não está prometendo uma vida sem problemas, mas compromete-se a ajudar a levar o fardo (“tudo posso em quem me fortalece”). Quanto ao pecado e a culpa, Ele promete perdão, livramento, alivio. Uma pessoa livre destes dois elementos vai encarar com ânimo as outras tribulações da vida.
“Tomem sobre vocês o meu jugo”... Recebam minha direção, deixem-se ser conduzidos por mim (Salmo 23). “Achareis descanso”. Veja bem, Jesus promete descanso, alivio... Ele não diz: “venha a mim e tenha um ataque de nervos”, “Um infarto”.
“Aprendam de mim...” Jesus convida a que se reaprenda a viver... Aprender a caminhar; aprender a escolher; a decidir; aprender a projetar a vida.
Infelizmente grande parte da humanidade seguirá sem este sossego... Alguns poucos encontrarão descanso depois de muito “quebrar a cara”, à semelhança do filho pródigo. Mas Jesus continua insistindo!
Aí eu me lembro daquela adolescente rebelde, que nunca quis ouvir conselho, mas seguiu obstinada no “rumo das ventas”... Envolveu-se aventureiramente e engravidou, agora está sobrecarregada; não somente com as funções maternas, mas com o peso do remorso, da consciência culpada... Ainda está valendo o convite... Venha a Jesus, Ele é manso e humilde de coração. Você não vai encontrá-lo com a cara de pai brabo, Ele vai recebê-la sem lançar nada em rosto!
Lembro-me do jovem sem juízo, por curiosidade experimentou as drogas; viciou-se! Está tão dependente que não vislumbra mais ficar livre delas. Está sendo chupado pela química, sugado para o inferno... Está cansado? Está de pé o convite... O Pai está de pé na esquina, esperando para abraçar e amparar teu corpo franzino.
O marido ultimamente infiel, tem gasto sua renda nas suas aventuras, em prejuízo do sustento e do amor aos filhinhos. Sua esposa, um dia tirada da casa de seus pais por um rapaz atencioso, agora amarga a falta de carinho. Tornou-se homem duro de coração por causa do prazer... vai perder o amor dos filhos, a esposa vai cansar-se de esperar, vai descobrir-se solitário e cair em si... Quando o coração tornar-se novamente sensível será esmagado pela culpa... O convite vai estar valendo!
A esposa que sempre foi honesta, mas que agora sente que quer viver uma grande aventura. Sempre vigiou por sua honestidade, mas por circunstancias diretas ou indiretas sujou sua boa fama, e ora vive o drama de estar na boca do povo, perdeu o respeito dos filhos, o apoio dos amigos. Jesus jamais amontoará pedras sobre você, na verdade quer tirar o peso das suas culpas. Venha a ele!
O religioso que sempre se submeteu aos princípios da sua religião. É devoto, mas não tem paz... Reivindica filiação com Deus, mas não tem convicção da herança... Faz tudo que está prescrito nos dogmas, mas morre de medo do inferno... É um assíduo freqüentador do templo, mas entende pouco ou nada de Jesus e sua obra... É sincero, boa pessoa, mas está atormentado pela incerteza, assaltado pela duvida, espremido até o ultimo centavo pelas penitencias que lhes são prescritas... Luta, defende sua religião, mas não se sente salvo, acolhido no reino... O convite é pra você também!
Há uma música dos Titãs que inicia assim: “Quem espera que a vida seja feita de ilusão, pode até ficar maluco ou morrer na solidão. É preciso ter cuidado pra mais tarde não sofrer, é preciso saber viver”. Este exemplos que citei são de pessoas que ainda não aprenderam a viver... precisam aprender com Cristo.
Eu poderia citar muitos outros exemplos, mas a síntese de tudo isto é que qualquer pessoa, qualquer que seja seu drama pessoal, pode encontrar descanso em Jesus. A parábola do filho pródigo é a saga da humanidade perdida e cansada... Se você percebeu que está sobrevivendo com migalhas e reconhece que falhou ao fugir da casa do Pai, então não demore... Corra no rumo da volta. O Pai te espera na esquina, sem rancor, sem cara de brabo; manso e humilde de coração, simplesmente vai dizer que há muito te esperava, e que agora você pode descansar.

Com a cabeça no Alto


Se, pois, fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; porque morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” (Colossenses 3:1-3)
A Vida Cristã não deveria ser tão difícil para nós. E por que é então? Simples: herdamos uma natureza caída, para estarmos de pé temos de vigiar; estamos em um mundo sob controle maligno, logo não podemos esperar facilidades. Todavia as dificuldades não justificam a capitulação.
O homem natural está tão ligado à imensa roda giratória desta vida que não imagina outro tipo de existir. Seu pensamento está tão absorvido pelas coisas terrenas, porquanto pensa que somente a morte lhe desgrudará delas. De fato, é preciso morrer para desligar-se delas. Será por isso que Paulo nos diz que “morremos”? Bem, considere-se morto, ou melhor, esconda sua vida em Cristo. Será menos difícil vencer.
Pode haver uma má interpretação sobre o que significa pensar nas “coisas do alto”. Alguém pode julgar que deve passar todo o tempo dentro de uma igreja; que não deve mais trabalhar, nem possuir coisas; que a cabeça deve estar em todo momento pensando em como será a rotina celestial. Não é isso o que a Bíblia fala.
Os versículos que continuam o texto de colossenses acima são esclarecedores. Falam exatamente de manter a mente elevada no meio das ações terrenas. Mandam exterminar as inclinações carnais: prostituição, impureza, paixão, vil concupiscência, avareza, que é idolatria. Mandam ainda despojar-se: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes, da mentira. Por ultimo ordenam a revestir-se: de coração compassivo, de benignidade, de humildade, de mansidão, de longanimidade, de tolerância, do perdão, do amor, da paz, da gratidão, da palavra de Cristo, do louvor.
Ter a cabeça no alto é viver do modo digno de Deus. É agir no tempo e no espaço disponibilizado por Ele, no interesse d’Ele. Aqueles pecados citados no parágrafo anterior devem ser abandonados. É indigno de Deus aquele que se queixa ser seu servo e lança mão destes recursos sem constrangimento algum. Depois de abandonado o pecado, nossos atos, por mais corretos que sejam, devem ser praticados no interesse do Reino.
Vamos citar algumas coisas corretas que os humanos praticam: estudam, trabalham, produzem, lucram, investem; relacionam-se, casam-se, engravidam, adotam; pesquisam, descobrem; comem, bebem, dormem; lutam, reivindicam, votam, governam, transformam; oram, cantam, ofertam, pregam, reúnem-se; etc.
A lista é enorme. Aí Paulo acrescenta um ingrediente para aqueles que se consideram cidadãos do Reino: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus.” (I Corintios 10:31). Note que embora façamos as mesmas coisas, não vivemos como os demais. Nossos atos carregam uma motivação “ideológica” divina. Tudo o que fazemos deve se encaixar no mandamento supremo, do amor a Deus e ao próximo. Sim, aos dois! Vai haver momentos em que o próximo vai tirar você do sério, aí você vai suportá-lo por amor. Perceba que, embora na terra, nossas atitudes são regidas por uma lei celeste; e embora esta lei seja celeste ela só faz sentido na existência terrena. Estamos aqui pra fazer “diferença”. No céu esta “diferença” é inútil – todos serão iguais.
A igreja (seus membros – não todos) enfrenta hoje as mesmas crises, senão pior, das pessoas sem Deus. Creio que tenho uma explicação. Vou usar de uma comparação. Creio que ela tem peso.
Quando o povo de Israel recebeu a terra de Canaã, depois de séculos de escravidão e peregrinação; O Senhor lhe afirmou que estavam entrando em uma terra cujos antigos possuidores praticavam toda sorte de perversões, contra Deus e seus semelhantes. Israel, além de instrumento nas mãos de Deus para fazer justiça contra tais maldades, seria também um referencial para as demais nações sobre o procedimento correto. Deus lhes passa uma lista dos pecados destes povos e lhes assevera que se incorrerem nos mesmo erros, receberiam tratamento semelhante; seriam expulsos da terra. O livro de Deuteronômio é Moisés repetindo a Lei de Deus para que o povo faça a opção: Obediência = benção e desobediência = maldição. Israel repetiu os mesmos erros daquela gente. O livro de Juízes relata a saga da desobediência = maldição. A igreja repete o mesmo erro de Israel.
Sabe por que muitos irmãos estão em crise? Porque tem tirado a sua visão das coisas de cima e enterrado sua cara com avidez no chão! Vejamos: preferem seu próprio braço a confiar em Deus; esquecem o órfão e a viúva e aumentam seus tesouros; largam de procurar os perdidos e buscam suas próprias bênçãos. Enfim, comem, bebem, casam-se, trabalham, etc. Coisas que não são erradas, mas quando revelam indiferença ao Reino, tornam-nos concorrentes dos mundanos nos mesmos propósitos deles. Infelizmente muitos irmãos foram puxados para a grande roda giratória desta vida. Precisam “morrer”; esconder de fato sua vida em Cristo.
Será que em vez de nossa cabeça está no alto, não estará bem enterrada no chão?

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Não há nada melhor que um grande amigo

Primeiro vamos ao significado da palavra AMIGO. Vem do vocábulo latino “amicus”, que tem exatamente o mesmo significado, e cuja raiz é o verbo “amo”, que significa “gostar de”, “amar”. Assim, amigo é uma pessoa de quem se gosta, que se ama. Lembra do preceito bíblico: «Amarás o próximo como a ti mesmo»?
Agora algumas palavras interessantes do Senhor Jesus: (João 15:15) “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer”; (João 15:13) “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos”. Para Jesus a amizade envolve revelar alguns segredos e intenções, além de dedicar a própria vida.
Você já pensou, sinceramente na importância do amigo? Vamos a mais um texto bíblico: (Romanos 14:7) “Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si”. Embora o texto não fale diretamente do amigo no seu contexto, traz a idéia de que vivemos para dar satisfação a outrem. Ao nascermos, fomos a escolha de alguém, em vida somos importantes para os outros e ao morrermos outros vão chorar nossa ausência. Percebe? Não somos muita coisa sem os amigos! Nossa existência só faz sentido na existência do outro. Seu amigo pode ser o esposo, a esposa, o filho, a filha, o pai, a mãe, um irmão, um outro parente, um vizinho, etc. são estas pessoas que te acrescentarão importância... ninguém é imprescindível estando sozinho; solitário será apenas um sobrevivente cuidando de si.
(Lucas 16:9) “Eu vos digo ainda: Granjeai amigos por meio das riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos”. Jesus não incentiva aqui a falta de ética; mas, levando-se em consideração que é uma característica universal desta geração utilizar-se de bens para cultivar amizades, não ignore que, embora não devamos agir pelo mesmo princípio, devemos, contudo usar nossos recursos, sejam eles materiais, cognitivos, psíquicos, etc. para cativar amigos. Uma vez que eles nos tenham em estima, nos receberão em riquezas eternas.
Não tenha medo. Faça amigos, muitos amigos. Espalhe-se, doe-se; se você é bom outros precisam provar. Encontre um bom amigo... Compartilhe segredos, cargas, e veja como um amigo te torna mais leve dos fardos, inclusive do pecado.
Finalizo oferecendo-lhe a canção Amizade Sincera de  Renato Teixeira

Amizade sincera é um santo remédio
É um abrigo seguro
É natural da amizade
O abraço, o aperto de mão, o sorriso
Por isso se for preciso
Conte comigo, amigo disponha
Lembre-se sempre que mesmo modesta
Minha casa será sempre sua
Amigo
Os verdadeiros amigos
Do peito, de fé
Os melhores amigos
Não trazem dentro da boca
Palavras fingidas ou falsas histórias
Sabem entender o silêncio
E manter a presença mesmo quando ausentes
Por isso mesmo apesar de tão raros
Não há nada melhor do que um grande amigo.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Bob Fitts - Sacrifice

Massacre o homem velho...

Romanos 6:6 “...sabendo isto, que  o  nosso  homem velho foi crucificado com ele, para que o  corpo  do  pecado  fosse  desfeito,  a  fim  de  não servirmos mais ao pecado.”
Sabe quem é o velho homem? É o velho Adão, a natureza que ele teve após a queda; gulosa para o pecado, insaciável, voltada para todo tipo de cobiça e concupiscência. A Bíblia também a chama de carne, já que tudo o que interessa a esta estrutura é aquilo que satisfaz aos impulsos e sensações do corpo de carne (é bom lembrar que o corpo de carne, criado por Deus, não é a “carne”. O corpo é vítima. Pode ser levado tanto para os excessos como para continência). Paulo o chama de “corpo do pecado”1, talvez porque através desta estrutura o pecado toma forma, se manifesta.
Como o corpo do pecado passou a existir dentro dos primeiros humanos, ainda nos é um mistério, sabe-se que Adão e Eva foram movidos por concupiscência e soberba, mas isto já é resultado do pecado. A estrutura carnal parece que se foi tecendo, cristalizando lentamente. Devido os eventos do Gênesis serem narrados em poucas paginas e palavras, nos passam a impressão que ocorreram instantaneamente. Na verdade a tentação pode ter durado dias, o suficiente para consolidar dentro do homem e da mulher, impressões, sensações... Eles tiveram bastante tempo para rejeitar ou aceitar as ofertas. Não se tratava apenas de uma questão superficial (comer uma fruta), tratava-se de elementos que poderiam desamarrar o arcabouço original do ser (na verdade puseram em dúvida a bondade e veracidade de Deus, dando crédito ao inimigo). A sua obediência ou desobediência teria desfecho psicológico, físico, moral, espiritual... e mais, com potencial de transferir aos descendentes os desajustes de personalidade e biológicos.
A carne é invisível, não é possível ataca-la e vencê-la por métodos físicos. Penitenciar o corpo não funciona, afastar-se da vida em comunidade também não, muito menos praticar boas obras ou religião. Palavras de ordem? Perda de tempo! A única forma de deter a carne é crucificando-a com Cristo. Bem, Cristo não está mais crucificado, nem se pode mais crucifica-lo; logicamente está-se falando de forma alegórica. Quando Cristo morreu nós morremos também. Embora tenha morrido há cerca de 2000 anos atrás, sua morte tem eficácia nos que crêem hoje. Se morremos em Cristo, cumprimos a justiça exigida: a pena do pecado era a morte. Da mesma forma que Ele ressuscitou, também revivemos para uma nova vida. A vitória de Cristo sobre o pecado é algo concreto em nós, não nos é apenas um exemplo a ser seguido, tornou-se obra do Espírito Santo, e é uma realidade experimental; de fato, os que tomam sobre si, pela fé, a vitória de Cristo, sentem que podem vencer, e vencem, as tentações; o senso de desobrigação para ceder à concupiscência torna-se tão operante, que nos envergonhamos ao lembrar dos excessos que outrora praticamos. Experimentamos o sabor de uma vida sem obrigações para com o pecado!
O velho homem permanece em nós, em estado latente de sobrevivência, crucificado, aguardando uma boa hora, que, é bom que saibamos, jamais devemos lhe dar. Pior que a condição de pecador inveterado é a posição de “crente carnal”. Mas isto é um outro assunto.

[1] O pecado é o alimento do corpo do pecado; dele se alimenta e dele engorda. Se lhe for tirada a fonte de abastecimento mirrará e terá pouca força para vencer o homem espiritual. Somente através da ação de Cristo é possível livrar-se do pecado.


Graça e Paz!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

"Feliz é a Nação cujo Deus é o Senhor"

Acho que não há um crente que não conheça este verso do Salmo 33. É a frase predileta nos cartazes das marchas cristãs. Aí a gente começa a sonhar com um país convertido... Pôxa que felicidade! Paz... amor... prosperidade... futuro... Mas o que é de fato uma nação cujo Deus é o Senhor? E que Senhor é este?

O Senhor é, certamente, o Deus da Bíblia, da nação Israelita, mas que não tem o menor interesse em ser relegado a uma divindade tribal; revelou-se a tal nação para que a mesma fosse uma testificadora e multiplicadora de seu amor


O Salmo já citado contém entre seus versos a afirmação que este Senhor ama a justiça e a retidão (v.5); logo a nação cujo Deus seja Ele deve ser justa e reta.

Também afirma  (vv.7-9) que Ele é quem criou e controla a terra e seus fenômenos belos ou assustadores, logo a nação que o tem como Senhor não pode atribuir seus feitos a outros deuses, ídolos, senhores ou acaso.

Outra afirmação fortíssima (v.10,11) é que Deus frustra, isso mesmo, frustra o desígnio das nações. Dá uma impressão que Ele é desmancha-prazer, mas a força da expressão está na idéia de que prevalecerá a vontade do Senhor. A nação que lhe teme deve alegrar-se na sua vontade.

Agora, olha só que coisa assustadora (vv.13-15): “O Senhor olha do céu e vê os homens, bem como o que fazem”. Esta onipresença de Deus é uma benção pra nação que anda direito, sua presença será a garantia de proteção; mas será uma maldição para a que anda “tortuosamente”, será a garantia de juízo.

“Não há rei que se salve com o poder de seu exército...” (vv.16,17). A nação que teme ao Senhor não se exaltará na sua capacidade de  fazer guerra, mas confiará que, a despeito de seus exércitos, sua vitória vem do seu Deus.

Esses ideais de justiça retidão, humildade, temor, confiança, entre outros, não são bobagens. Gosto muito de usar o exemplo da nação israelita. Enquanto eles confiaram inteiramente no Senhor, seguiram seus estatutos, não foram sobre-pujados por ninguém. Mas tão logo esqueciam destas leis eram subjugados.

Lamentavelmente o nosso Brasil está muito longe de ser uma nação dentro dos parâmetros do Senhor. A justiça cambaleia nas ruas, a retidão... que pena! Aqui é ”feliz” o esperto, desde o transgressor no trânsito, que suborna o guarda até o de alto escalão governamental que recebe “mensalão” para votar, falar, calar.

Somos uma nação que coloca no mesmo altar Deus e os inimigos d’Ele. Sejam a libertinagem, o ócio, amor às riquezas. Certamente que estamos mui longe da vontade do Senhor. O que Ele vê quando olha para os brasileiros? Evoluímos, mas em que se calca essa evolução?

Sabe por que a nação que teme ao Senhor é feliz? Porque esse temor (respeito) a fará cumprir as leis de Deus; leis superiores e eficazes, que farão os seus cidadãos mais justos, retos. Uma nação assim perdurará; mas um povo cuja lei é a lei da selva, lei do mais forte, se auto-destruirá; abrirá brecha para a dominação.

Agora, o temor de uma nação, é o temor de cada um de seus cidadãos, de suas famílias.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Confiança, a despeito da Circunstância

Habacuque 3:17-19. Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto nas vides; ainda  que  falhe  o produto da oliveira, e os  campos  não  produzam mantimento;  ainda  que o rebanho seja exterminado da malhada  e  nos currais não haja gado.
Todavia  eu  me alegrarei no Senhor, exultarei  no  Deus  da minha salvação.
O Senhor Deus é minha força, ele fará os meus pés como os da corça,  e me fará andar sobre os meus lugares altos.

É muito provável que se eu começar a orar por determinado propósito, as circunstâncias tomem um rumo que provoque qualquer expectativa, menos a de vitória. Ora-se pelas famílias e elas se fragilizam, pelos filhos e eles se afastam, pelo sustento e os víveres escasseiam, pela paz e eis que vem perplexidade. Parece paradoxal, o Deus que nos manda clamar em nossas necessidades, nos coloca em um cenário oposto ao que almejamos.
Ocorre que Deus quer nos dar algo além da benção nua e crua. Quer dar-nos a possibilidade de enxergar o invisível, alegrar-nos não apenas na concretização da bonança, mas também na abstração da esperança. A fé é esse elemento que se projeta além da esfera tridimensional, e vai repousar tranqüila no reino das possibilidades latentes. Daí, se nutre de Deus, não apenas do que Ele dá.
A alegria não deve ser produto das realizações sensíveis, porém muito mais de uma confiança nas idealizações inacessíveis. Isto equivale a andar altaneiramente, caminhar de forma superior, ver da perspectiva aérea e não com a curta visão do agora, do já. Deus é a força que nos mantém de pé, não o sucesso, os bens, a família, a igreja, etc.
Sempre que a sua oração pareça não ter a resposta esperada, pode ser que Deus queira que você pare de olhar com os globos oculares. Não mire a figueira sem fruto, à oliveira faltando o produto, o campo semeado sem resultado, o curral vazio de gado; o filho desgarrado, o pai embriagado, o credor impiedoso, o matrimônio em ruína, o corpo canceroso, a alma medrosa; veja-os, mas fixe o olho da alma no Senhor. Ele permitirá que você enxergue com os olhos d’Ele.

“Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto nas vides; ainda  que  falhe  o produto da oliveira, e os  campos  não  produzam mantimento;  ainda  que o rebanho seja exterminado da malhada  e  nos currais não haja gado, Todavia  eu  me alegrarei no Senhor, exultarei  no  Deus  da minha salvação. Pois sei que tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus, dos que foram chamados segundo o seu propósito[1]. Por  isso  não  desfaleço;  mas  ainda que  o meu homem exterior se esteja consumindo, o interior, contudo, se renova de  dia em dia. Porque a minha leve e momentânea tribulação  produz para mim cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória; não atentando eu nas  coisas  que  se vêem, mas sim nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, enquanto as que se não vêem são eternas[2]. Ora,  àquele  que  é  poderoso  para  fazer  tudo muito mais abundantemente além daquilo que peço ou penso, segundo o  poder que em mim opera, a esse seja glória na  igreja  e  em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém[3].”


[1] Rm.8:28;
[2] I Co.4:16-18;
[3] Ef.3:20,21.